A agência classificadora de risco de crédito, Moody’s Investors Service, elevou os títulos de dívida soberana do Uruguai à categoria «BAA2», com perspectiva estável, fazendo com que o nosso país alcance a melhor classificação creditícia de sua história.

Os títulos de dívida soberana do Uruguai subiram na escala da agência classificadora de risco de crédito, Moody’s Investors Service, para a categoria «BAA2» com perspectiva estável.

O Ministro de Economia e Finanças, Mario Bergara, salientou que a decisão se baseou na “continuidade do crescimento econômico, no bom nível de investimentos, e na diversificação das exportações”.

É a primeira vez que uma das três empresas classificadoras de riscos mais reconhecidas a nível mundial eleva a categoria da dívida uruguaia em um degrau, acima do nível mínimo de grau investidor.

Com a categoria “BAA2”, o Uruguai consolida “melhoria creditícia atingida nos últimos anos, especialmente depois de ter recuperado o título de ‘Grau Investidor’ em abril de 2012”, disse o secretário de Estado em comunicado.

O relatório de Moody’s

A classificadora de risco Moody’s baseou sua decisão sobre os bônus uruguaios na: «consolidação do perfil creditício da dívida do país, na continuidade do crescimento econômico, baseado em altos níveis de investimento e lucros de produtividade, na menor exposição a qualquer defasagem econômico-financeiro dos países vizinhos, e na maior diversificação de suas exportações».

A classificadora também menciona que no atual contexto de incerteza e riscos nos mercados de capitais “a economia nacional aparece menos vulnerável aos eventuais golpes provenientes da América Latina ou dos países que pautam os preços das commodities ou principais produtos das vendas uruguaias, como as carnes, grãos e derivados da florestação”.

Assim, a economia uruguaia está no mesmo nível de classificação que o Peru e o Brasil, e acima da Colômbia, cujos títulos de dívida são classificados como «BAA3».

O relatório da Moody’s foi publicado esta quinta-feira em Nova Iorque.

Bem designado

Nesse marco, o ex-diretor executivo da Associação de Bancos Privados do Uruguai e ex-presidente do Banco Central do Uruguai, Julio De Brun, disse que a classificação foi «bem designada», pois o mercado cotava os bônus uruguaios nesse nível.

“Com relação a seus comparáveis, ao tamanho da dívida, o perfil de vencimentos e a  possibilidade de acesso ao mercado internacional, acho que a classificação do Uruguai foi bem designada”, disse De Brun, em entrevista para a rádio Carve.

Acrescentou ainda que «se o Uruguai tivesse hoje superávit fiscal, a classificação deveria ser muito maior».

Por outra parte, esta quinta-feira se conheceu que o nível de investimento estrangeiro direto no Uruguai continuou em aumento, atingindo 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, considerado como “muito alto para a região, segundo dados da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL).

No referente ao capítulo uruguaio, a CEPAL afirma no seu relatório que em 2013 o Uruguai recebeu investimentos estrangeiros diretos por um valor de “2.796 milhões de dólares, valor levemente superior aos 2.687 milhões de dólares de 2012”.